Existem dias assim, onde nos assola uma angústia de fuga.
Pomos o pé de fora, a cabeça, tudo o que conseguimos.
Mas hoje precisava mesmo distrair-me dela,
completamente.
Por uns dias, talvez semanas,
não sei ao certo de quanto tempo preciso.
Desligar o botão das horas, a asfixia do momento.
Ficar quieta, transparente, distante, num qualquer lugar invisível.
Não sentir os cheiros, os sabores, as memórias,
vedar aos meus olhos a realidade clandestina.
E largar-me nessa bolha anestesiante, a pairar num destino ausente, intangível.