21 setembro, 2012

Falta

Talvez seja mesmo assim que te sonho.
Apareces num fim de tarde apagado e sentas-te em silêncio ao meu lado, enquanto as ondas se espreguiçam na areia e riem de nós baixinho.
Vens com duas cervejas na mão, sorris embaraçado e brindamos no ar ao imenso infinito.

Depois cercas-me as costas sem eu notar, os teus braços amarram-me, quentes, protegendo-me do vazio. Conforto-me neles deliciada, a pele sucumbe arrepiada e quero acreditar que é do frio.
No silêncio gelado, rompem assustadas as palavras,surgem tremidas
- "o que sinto falta?" pergunto num sibilo contido.
Cheiras-me o cabelo, beijas-me o pescoço e só então respondes sem hesitar ao meu ouvido
- "cumplicidade".

Recolho o corpo inteiro nos teus braços e sonho, dolorosamente, ficar ali contigo.



3 comentários:

S.o.l. disse...

Tinha saudades de te ler, tudo o que escreves fala-me cá dentro, num local muito meu, muito especial.

Um beijo

Eu mesma disse...

S.o.l

como te compreendo... descreves na perfeição o sentimento que me invade quando leio estes posts que me parecem todos ser dedicados.

Saudades não.... não tinha saudades porque venho aqui todos os dias ler e reler o que são partes de mim, da minha vida...

sgar disse...

Obrigada Sol e Eu mesma :) fico feliz por gostarem. Não tenho conseguido escrever muito, eu sei, são fases...