17 julho, 2013

horizonte


As palavras escorregam, teimosas. Espalham-se pelos grãos de areia quentes.
Errantes. Perdem-se. Enterram-se de orgulho.
Não há um abraço, um beijo, um olhar que reclame vida.
És agora um sonho abstracto. Intangível.
Incorpóreo nos monólogos que pulsam desenfreados na garganta, a cada instante. Converso contigo num silêncio escuro, escondido. Não sei se me escutas, alguma vez que seja, se compreendes tudo o que digo.
Trago-te a mim nos momentos dilacerantes de abandono, do mais profundo vazio. Para que me resgates da rotina asfixiante e me seduzas para o teu mundo de fantasia. E sonho, sonho bastante, com o momento, o breve instante que, por acidente, nos aproxima. Fugaz, inesperado. Fascinante. Em que me abrigo no teu peito enquanto afagas o meu rosto e me cantas ao ouvido.


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