11 maio, 2016

Destino

Sangro todos os dias a saudade que tenho
E até nos dias em que te vejo, sangro. Mais ainda, sangro a pele que vejo e não toco.
Arde-me a boca, secam-me os lábios que não te beijam. E os olhos incham um vermelho suspeito.
Rasgam-me o peito as memórias dos sonhos que já não tenho, a ilusão do encanto.
E cada dia é mais um dia vagabundo na sombra do que não aconteceu.
Entre os escombros vazios, a ausência de sorte. Porque o amor é um jogo vida ou morte. E quis eu amar-te assim perdidamente, ingénua sem rodeios. Bastava-me tu, e eu. Nós era um lugar perfeito. Destino que busquei a vida toda, deserto de quem nunca chegou.



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