20 novembro, 2016

hoje não

Hoje não escrevo.
As palavras assombram-me, em gemidos tristes, 
por estas noites.
Receio a sua morte súbita, caladas no silencio da penumbra. 
Uma morte vencida pelo cansaço da cura. 
Hoje não. Não escrevo.
São palavras mortas, estas que se esvaem, doentes da espera.
Queria abraçá-las de novo sadias, 
contagiadas de loucura e ousadia.
Queria-as em vida! 
Que acordassem da letargia, com que adormecem.
Rompessem a dormência, que apaziguam 
os dias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já mortas, as minhas palavras ganham vida, quando ouvem as tuas.
Subitamente a minha caneta volta a escrever só para te dizer que ainda há vida. Que ainda dás vida a alguém.
Escreve...Escreve...alimenta-me, dá-me vida.
Gostava de te dizer que ainda me dás vida. Mas não posso. Gostava de te dizer que ainda me dás vida. Mas não devo. Gostava de te dizer que ainda me dás vida, e força e quero-o tanto.
Não mates o que ainda me faz viver.
=)