«Nunca é agora entre nós, é sempre até Domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, o medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti.» António Lobo Antunes
05 dezembro, 2011
Sorrir
Sinto quase um dever de sorrir. Sorrir sempre.
Mesmo que me envolva um vazio imenso, cinzento, ainda que a incompreensão se instale no mais íntimo de mim, de tal forma torne a minha visão turva incapaz de distinguir a realidade do sonho.
Sorrir é uma espécie de escudo que carrego, é a concha onde me recolho para não sentir a erosão do tempo, das impossibilidades que ferem como flechas disparadas do céu.
Num sorriso carrego o alento do meu mundo sonhado e, inebriada nele, esmago tudo aquilo que não quero sentir. As dúvidas, as incertezas, as desilusões. Todas diluídas num rasgar de lábios que se basta a si próprio. Capaz de segurar o corpo trémulo contra as intempéries que o sacodem no ar. Rasgam-se os lábios, num movimento ritmado, cíclico, previsível. Quase tão natural como respirar.
Sempre que morres, morro também mais um pouco. Ainda sim, o sorriso sobrevive, sempre, porque eu mereço sorrir.
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2 comentários:
Sorrir é sempre o melhor remédio. E fazer os outra sorrir também =) e cada vez que leio um post teu sorrio no fim... Adorei. Beijos
E é mesmo um excelente remédio, espero que inesgotável :)
Muitooossss sorrisos!!Beijos
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