«Nunca é agora entre nós, é sempre até Domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, o medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti.» António Lobo Antunes
27 fevereiro, 2012
Espero por ti
No final, és sempre tu.
Do nada, ressuscitas inesperadamente, como um fantasma.
Envolves-me com o sopro da tua absurda sinceridade. Arrasas-me violentamente.
No mais imperfeito juízo, deslaço. E as pontas que segurava com firmeza, caem. Os nós embrulhados desatam-se. Alteras o ritmo do meu peito, o bombear do sangue, até a maneira como falo. Podia dizer que me deixas sem pingo de vida, nesse instante impossível em que te atravessas à minha frente.
Enrolo as palavras com a língua entorpecida e, numa espiral, deixo-me ir embriagada, adormecida. Sem medo.
Bloqueio. Retrocedo. Avanço novamente. Porque nunca soube lidar comigo, na ânsia de te ter. Nunca soube deixar-te, nunca aprendi a esquecer-te.
És sempre tu, no final que eu já vivi.
Apareces do nada, despido de tudo. Largado ao vento, de mãos a abanar. Ali ao fundo, numa estrada qualquer, do outro lado da linha, eu espero por ti.
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2 comentários:
Gosto mesmo quando escreves Closet. Quem se perde embriagada nas tuas palavras sou eu, pelo sentido que fazem para mim.
(já me repito, eu sei, mas é a verdade)
Obrigada Sol, é bom saber que consigo embriagar alguém, com palavras :) Um beijinho grande
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