20 fevereiro, 2012

sei de cor




Quando as palavras despem a minha boca, chamam por ti.
Num murmúrio rouco, alucinado.
Talvez ainda não te tenha arrancado da pele.
E o meu sangue queime as fronteiras da racionalidade.
Mesmo tendo sido a tábua que agarrei para me salvar, a bolha de oxigénio que tornou o ar suportável.
A verdade, é que sinto a tua falta em mim. Corrosiva
E lanço-me na escalada diária de reaprender a viver de novo sozinha.
Procurando outros refúgios, num sonambulismo crónico. Afastando-me do mundo, dos outros, de mim.
Há uma espécie de paz na solidão voluntária, um silêncio dormente, anestesiante, indolor.
Não fujo dele. Conheço-o de cor.

3 comentários:

S.o.l. disse...

Há um "sentir" das tuas palavras que me faz, a mim, sentir, como minhas (no sentimento).

Ler-te é recordar-me a cada instante.

sgar disse...

Acho que é o "sentir" da perda ... Desculpa as (más) recordações ... Vou escrever hoje algo para cima, boa?! Beijinho

S.o.l. disse...

Que desculpa, que nada...! As recordações existem porque houve bons momentos.

Beijinho