«Nunca é agora entre nós, é sempre até Domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, o medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti.» António Lobo Antunes
11 abril, 2012
Se...
Se pudesse abraçar-te sempre que penso em ti,
desmaiava nos teus braços em silêncio. Embalavas-me, num sopro, a alma inquieta. E ao nosso redor nada existia. Apenas teu corpo ancorava o meu, indefeso, que a ti se entregava, rendido.
Se pudesse ver-te sempre que os meus olhos procuram os teus no infinito,
encontrava-te na linha invisível que separa o prazer da dor. Encontravas-me. Perdida num cruzamento, à beira da estrada, onde os olhares tocavam-se sofridos.
Se pudesse beijar-te sempre que os teus lábios invadem os meus em memórias vivas.
Trinco levemente o lábio, molho-o com a língua. Perdia-me agora na tua boca insaciável, que devora o ritmo monótono do meu dia. Amava-te, extasiada, no limiar híbrido entre a realidade e a fantasia.
Se pudesse arrancar-te da imaginação por um instante,
e segurar no rosto o meu sorriso de ti, por tempo indefinido. Deixava escorrer do peito a lucidez fúnebre da ausência, o suor do medo irascível. No improvável desse instante, se pudesse ter-te dava-te tudo, tudo aquilo que não consigo.
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4 comentários:
Os ses´s... sempre os ses´s.
ADOREI!!!!
Eu mesma.
Sol, o "S" faz parte do meu nome, e gosto sempre do plural :)
Eu mesma,
fico contente amiga, é bom ter-te aqui:) um beijinho
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