Perguntas-me se acredito em destino. Eu abano a cabeça, num movimento instintivo que não vês, e digo-te que acredito. No nosso destino. Nos lugares traçados por rotas incertas, sem data marcada, sem coordenadas de tempo e de espaço. Assim é o nosso mundo aos meus olhos, um oásis perdido no imenso deserto.
«Precisava ouvir-te» dizes, como se as palavras tocassem. Cobrissem o corpo sedento dos lábios macios, contagiassem a pele com o teu cheiro. E naquele instante em que as palavras me abraçam, num tom quente aveludado do teu beijo, sinto que estás mesmo aqui a meu lado, parece que te vejo. Nuns minutos que nos seguram as vidas, onde as promessas são meros desejos, a vida pára na tua companhia e eu fraquejo. Porque és tu que me enfeitiças a alma, que me quebras o peito. Em qualquer parte do globo onde estejas, não há limites para a distância. És tu, sempre tu desse lado da estrada onde não te alcanço. Como se te buscasse de olhos vendados numa cegueira constante. E tu, sonhador incorrigível, acreditas nesse nosso destino plantado no topo de uma montanha. Onde habitam todos os sonhos impossíveis, onde um dia nos encontramos. Nesse lugar escondido do mapa, tu dizes que me esperas porque me amas.
2 comentários:
Tudo muito bom... as palavras, a imagem e estas coisas do destino! Amei!
Bjinhos
Ónix, "estas coisas do destino" são arrepiantes, impossível não pensar nelas :) beijinho e obrigada!
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