«Nunca é agora entre nós, é sempre até Domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, o medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti.» António Lobo Antunes
27 dezembro, 2012
lugar longínquo
Toda a desilusão é uma distância.
Um lugar longínquo onde te perco de visão.
Pelo caminho, as promessas, atropeladas, rastejam sangrentas até à berma da estrada.
Morrem sós, ridículas.
Por fim, já não te encontro.
Nem o cheiro da tua pele quando me abraçavas, ou vicio de ter-te sempre comigo, ou ainda o medo de perder-te para sempre. Nada. Já não te procuro. Nem te respondo. Como se as tuas palavras fossem ecos num acordar de uma anestesia.
Entre nós, não existe mais nada, para além de um silêncio triste.
No imenso vazio desta escuridão percebo, aliviada, que já não existes.
Hoje tu és distância.
És desilusão, um lugar longínquo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Há alturas que a memória de quem nos foi especial surge constantemente na cabeça. Um sem número de vezes.
Depois vem o tempo e passamos a lembra-la não pelo número de vezes que a recordamos mas número de vezes em que damos conta de que não estamos a pensar nela.
Confuso? O que quero dizer, é que ainda é. Mesmo que seja distância, é. E há quem (nos) seja sempre.
Um Feliz 2013 ;)
Sol, nada confuso... nada mesmo.
Beijinho grande!
Enviar um comentário