27 dezembro, 2012

lugar longínquo


Toda a desilusão é uma distância.
Um lugar longínquo onde te perco de visão.
Pelo caminho, as promessas, atropeladas, rastejam sangrentas até à berma da estrada.
Morrem sós, ridículas.
Por fim, já não te encontro.
Nem o cheiro da tua pele quando me abraçavas, ou vicio de ter-te sempre comigo, ou ainda o medo de perder-te para sempre. Nada. Já não te procuro. Nem te respondo. Como se as tuas palavras fossem ecos num acordar de uma anestesia.
Entre nós, não existe mais nada, para além de um silêncio triste.
No imenso vazio desta escuridão percebo, aliviada, que já não existes.
Hoje tu és distância.
És desilusão, um lugar longínquo.


2 comentários:

S.o.l. disse...

Há alturas que a memória de quem nos foi especial surge constantemente na cabeça. Um sem número de vezes.
Depois vem o tempo e passamos a lembra-la não pelo número de vezes que a recordamos mas número de vezes em que damos conta de que não estamos a pensar nela.

Confuso? O que quero dizer, é que ainda é. Mesmo que seja distância, é. E há quem (nos) seja sempre.


Um Feliz 2013 ;)

sgar disse...

Sol, nada confuso... nada mesmo.
Beijinho grande!