14 janeiro, 2013

Quase





Já quase não penso em ti.
Absorve-me a rotina, os horários, o trabalho, as gentes.
Os dias passam por mim rápidos, cíclicos, sempre iguais. Arrastam o meu corpo letárgico, com a confiança de quem sabe exactamente o que quer e a destreza de quem pode. Ultrapassam-me, apressados.
Eu tento agarra-los, mas não saio do mesmo lugar.
Há nesta correria um misto de cansaço crónico e uma calma invulgar.
Não reajo. Não me debato. Pelo contrário, encontro um conforto etéreo, viciante, nesta fragilidade, que é não pensar. Será mesmo assim frágil a felicidade?

Ainda estou aqui. Tu sabes.
E tu? Tu estás em todos os lugares por onde passo. Do outro lado da linha, no fundo do parque por onde regresso, no mar revolto que contemplo ao anoitecer. Estás lá, mas eu já não penso em ti. Ou quase.


2 comentários:

Stranger! disse...

Os quase... Os quase são sempre muito complicados.
Know what u mean. ;)

Kisses

sgar disse...

ei Stranger! são complicados sim!! ;)