26 novembro, 2012

Historias inacabadas

Era uma rapariga estranha, solitária,
que vivia no mundo das histórias inacabadas.
Tinha um sorriso bonito, brilhante, quase perfeito
Porém, tal como ela, era distante,
talvez triste, enigmático.
Ninguém sabia porquê, mas aquela rapariga estranha, solitária
Quase amou.
Quase foi amada.
Quase foi feliz.
E numa noite de inverno gelada,
aquecida em beijos de palavras de quem quase a compreendeu
Ela quase viveu
As fantasias que sonhava.
Mas era uma rapariga estranha e solitária.
Talvez por isso ninguém reparava
que trazia as costas, penduradas,
todas as suas historias inacabadas,
tristes e dilaceradas em golpes amargos do destino,
esse cruel companheiro que de perto a observava.
Como que amaldiçoada
Deixava sempre uma ponta solta,
Um nó por desatar,
Uma palavra sufocada entre frases gastas, que deixava naufragar.
Depois? Olhava em redor conformada,
recolhia ao silêncio do seu mundo desabitado
Sozinha.
Quase desistia.
Mas nunca enterrava
mais uma história que amava, e revivia, inacabada.




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