«Nunca é agora entre nós, é sempre até Domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, o medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti.» António Lobo Antunes
12 outubro, 2011
Intervalo
É assim uma espécie de intervalo, num filme enorme e aborrecido, onde por vezes acabamos por dormitar.
Respira-se fundo e o sorriso aparece de repente no acender das luzes. Levanta-se da cadeira que nos amarra, estica-se as pernas libertas. Vai-se até lá fora para apanhar um pouco de ar. Tem-se sede, fome. Tem-se um tudo confuso, misturado que não sabemos explicar.
É mesmo assim, como num acordar de um sonho, todos os sentidos rejubilam de prazer ao encontrar-te. Enrolar o meu corpo no teu, misturar as minhas pernas nas tuas, sentir o fresco das nossas conversas como se fosse uma brisa do mar. Tocar-te. Tocares-me. Com os olhos, as mãos, os lábios. Por fim, matar a sede nos teus beijos, a fome nos teus abraços.
É assim, como uma espécie de intervalo, daqueles que ansiamos o filme todo e nos dilacera a alma quando acaba.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário