17 março, 2012

Indefinido



Não é amor, não é amizade, não é paixão.
Não é nada que eu já antes tenha sentido. Ou talvez seja de tudo um pouco misturado, num turbilhão desconexo, num cocktail explosivo.
Não digo que seja psicológico, nem limito ao desejo físico. É uma fusão de ambos desregrada.
São os corpos desamparados que se acalmam, o suor que escorre das desilusões, o sabor doce-amargo dos desabafos, a cumplicidade do silêncio e das palavras abraçadas por medos em convulsões.
Não é nada a que eu queira dar nome, quantificar no tempo, medir no espaço ou dar explicação.
Nada que me sufoque ou tente controlar. Nada que eu queira possuir, ou obrigar.
Talvez um sentimento inventado, indefinido.
É um tudo anestesiante e desprendido, servido num colo envolvente onde cabe o meu mundo.
Perfeito por ser fantasiado, irreal por não ser vivido. 


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