«Nunca é agora entre nós, é sempre até Domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, o medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer Gosto de ti.» António Lobo Antunes
04 outubro, 2011
Dependência
Há uma certa dependência na palavra "quero-te". Um veneno que vicia a vontade, amplia o desejo, atordoa a racionalidade. Há uma espécie de fraqueza em toda a palavra "saudade", há aperto, tristeza. O querer não sentir, a luta por fingir tudo o que não se sente. A negação. A inquietação com que se entrega a alma, a vontade acelerada, irada, impotente. O corpo que se debate, pele contra pele, ansioso. Há um abraço envolvente. Protege a fragilidade de quem se atira de cabeça. Um salto para o desconhecido, sem perguntas, nem direcção. Um mergulho sem colete nas marés vivas da paixão. Há um desistir que se anseia, porque a saudade mata, corrói, desgasta. Há a embriaguez de acreditar que o impossível se arrasta, transforma-se e vinga. Num movimento constante.É tudo sempre tão pouco, tão fugaz, insatisfeito.
Nunca o sonho é suficiente, ou a fantasia o bastante.
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2 comentários:
O sonho, a fantasia são bons...mas satisfazê-los é ainda melhor!
Abraços
Nem para toda a gente querida Ivete, acredita! Um beijinho
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