28 março, 2012

Ainda

Ainda não aprendi a encontrar-te
A partilhar o mesmo espaço.
O cubículo do elevador, a distância da secretária, a largura do corredor.
Vejo que o tempo não dilui o que ficou congelado
e os olhos, baços, ainda embatem enfurecidos
e os lábios, sedentos, ainda sentem, como se beijassem.
Espasmos que nos aprisionam em segundos intermináveis
Imóvel, não encontro o gesto certo, a palavra exacta.
Não importa. Há o silêncio, asfixiante, que nos arrasta.
Eu não aprendi a encontrar-te.
Ainda.

2 comentários:

Viajante disse...

Muito bom!
Um beijinho

sgar disse...

Ainda?! Ainda bem que gostas!
Beijo grande :)