16 março, 2012

Estupidamente




"Não o devia ter conhecido" dou por mim embalada em pensamentos, nos momentos em que a falta dá por nome saudade e a tristeza aprisiona-me numa solidão voluntária, antiga.
Sangro por ti. Essa é a mais pura verdade.
Pela loucura voraz em que arrastavas os meus dias, isenta de juízo, lógica ou explicação.
E nessa ânsia tropeço na realidade sufocante e crua, para aterrar num qualquer planeta distante, despida de consciência ou razão. Aterro onde não precisamos contar o tempo, decidir o rumo ou sequer pensar.
Ali mesmo, num lugar recôndito da natureza, encaixo-me em ti de mansinho. Quase sem notares.
Abraço-te de novo, sinto o calor do teu corpo e o sopro dos teus lábios no meu pescoço. A estranha calma que me injectas com os teus braços e me faz levantar os pés do chão.
Aperto-te com força, cubro-te de beijos molhados e confesso amuada que sinto falta de ti. Que não queria mais nada, do que esse encaixe perfeito entre os nossos corpos, capaz de preencher um buraco rochoso profundo e escarpado, dentro de mim.
Nesse abraço podia explicar-te, no meu estilo violento de rajada, o que nunca aceitei ou admiti.
«Tinhas razão, não devia ter-te conhecido. E, estupidamente, apaixonar-me por ti.»



4 comentários:

S.o.l. disse...

Mas então, se tudo não tivesse acontecido, não conhecerias a grandeza desse sentimento...

sgar disse...

Do que não se conhece, não se sente falta... Beijinho

S.o.l. disse...

Mas também não se vive... e se se sente falta, é porque foi bom, valeu a pena.

sgar disse...

Claro que sim! Entre ter apenas por instantes ou nunca ter, eu não hesito, na verdade nem penso, é sempre a primeira hipótese :) isto aqui fui eu com o meu mau feito!!