27 abril, 2013

quantos queres



gostava quando me fazias quantos queres. - eu sei, não eram quantos queres. eram figuras esquisitas, com um nome ainda mais estranho, que teimavas em dizer que eram flores, elefantes e sapos.
gostava quando me enviavas musicas novas que descobrias. aquelas que dizias serem a minha cara, as brutais, como lhes chamavas, as rap que eu detestava e as dos programas americanos que seguias.
gostava de falar dos filmes que víamos, viver as personagens dos livros, partilhar falas dos diálogos que líamos. gostava de ter-te perto, sem horas, exigências ou obrigações. Arrastar-te para os programas mais loucos e descabidos que inventava, e chorar a rir das confusões.
gostava da simplicidade das conversas banais e da espontaneidade das mais disparatadas. gostava dos teus exageros fatais, o teu humor inato e as tuas criancices mais básicas. acompanhar o teu mundo, diferente do meu, como se fizesse parte dele e ele me fosse permitido.  gostava da companhia constante, da amizade sincera e do carinho com que me envolvias. gostava de estar contigo.
pudesse o coração ser de papel, ou a vida assim tão simples.