12 novembro, 2014

Para Longe



Perguntas-me para onde.
Mas a terra não gira e as horas não passam. 
Talvez seja o tempo a esquecer-se de nós cá dentro, enquanto a noite arrefece os corpos vazios de ilusão.
Perguntas-me - Para onde?
E eu olho a estrada infinita à nossa frente, o céu imenso que a cerca no horizonte.
- Isso importa?
Não respondes.
Ainda evitas cuidadosamente enfrentar os meus olhos impacientes, que procuram desesperados uma solução.
Talvez o vento nos arraste distante, sem rumo, e num esgar de sorte fiquemos perto, embriagados, um do outro.
Sei que me contarás as histórias mais incríveis das viagens que fizemos e o sono chegará de mansinho, entre risos
incontidos e o calor dos braços com que me proteges.
- Para onde? Perguntas.
- Para longe.