12 agosto, 2012

Fagulhas





É como se da minha cabeça só saltassem perguntas. Como fagulhas de um lume que não se extingue. Queimam quando raspam a pele fria e eu sacudo-as por instinto. Elas vão ficando espalhadas pelo caminho, acesas, com as pontas a arder. Assim são as perguntas, inflamáveis, por responder.
É isto que quero da vida? Seria feliz de outra forma? 
Fecho-me no meu casulo. Não encontro respostas.
Olho de relance o corpo moreno, torneado, perfeito. Ainda me deslumbro em cada pedaço que percorro de prazer e desejo. O aroma da pele suave. Esse corpo perfeito. Aqui à minha frente, ao meu lado, ao meu alcance. Num desencontro perpétuo de companhia, em monólogos de conversas vãs. É o que tenho. O corpo, apenas. A cumplicidade, tão perto e tão distante.


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