29 julho, 2013

apertado



Seria sempre assim entre nós dois.
Um espaço curto, quente, apertado. Onde o ar não passa e o tempo não mede.
Um lugar isolado do ruído das gentes, das frases repetidas, desprovidas de sentido.
Um espaço apenas nosso, tão nosso, que o cobrimos com os braços, com beijos. Apertamos com firmeza junto ao peito, num nó perfeito.
E ainda assim, escapa-nos por entre os dedos que o amam, num derramar lento, quase imperceptível, indolor. Perde-se. Aquele espaço pequenino que nos aproximava, e agora afasta.
- Para sempre? - questiono-me num monólogo recorrente.
Seria sempre assim entre nós dois.



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