11 abril, 2012

Se...




Se pudesse abraçar-te sempre que penso em ti,
desmaiava nos teus braços em silêncio. Embalavas-me, num sopro, a alma inquieta. E ao nosso redor nada existia. Apenas teu corpo ancorava o meu, indefeso, que a ti se entregava, rendido.

Se pudesse ver-te sempre que os meus olhos procuram os teus no infinito,
encontrava-te na linha invisível que separa o prazer da dor. Encontravas-me. Perdida num cruzamento, à beira da estrada, onde os olhares tocavam-se sofridos.

Se pudesse beijar-te sempre que os teus lábios invadem os meus em memórias vivas.
Trinco levemente o lábio, molho-o com a língua. Perdia-me agora na tua boca insaciável, que devora o ritmo monótono do meu dia. Amava-te, extasiada, no limiar híbrido entre a realidade e a fantasia.

Se pudesse arrancar-te da imaginação por um instante,
e segurar no rosto o meu sorriso de ti, por tempo indefinido. Deixava escorrer do peito a lucidez fúnebre da ausência, o suor do medo irascível. No improvável desse instante, se pudesse ter-te dava-te tudo, tudo aquilo que não consigo.




4 comentários:

S.o.l. disse...

Os ses´s... sempre os ses´s.

Anónimo disse...

ADOREI!!!!

Eu mesma.

sgar disse...

Sol, o "S" faz parte do meu nome, e gosto sempre do plural :)

sgar disse...

Eu mesma,
fico contente amiga, é bom ter-te aqui:) um beijinho