23 agosto, 2011

Consciência



Há dias abandonados. Povoados de sofrimento e inquietação. Sombrios.
Um fantasma, uma casa assombrada. Onde as paredes estremecem. O chão de madeira gasta range, as luzes apagam-se fúnebres no velório da solidão. Até as chamas das velas se encolhem ante o peito que arde violento, derrama uma lava de vulcão.
O espectro moribundo, habita a gaveta da memória, desarruma confortavelmente a razão.
Atrevo-me a dar-lhe um rosto, um corpo e até um nome. Resquícios do tempo que passou por mim apressado, trilhos distanciados em quilómetros de desilusão.
Reconheço, numa espécie de calma, que sou eu, o fantasma.
São dias abandonados na insuportável realidade.
Acordo com a estranheza de que quase não vivi.

2 comentários:

miúda disse...

Às vezes há dias assim...

sgar disse...

Se há... Bjinhos***