09 dezembro, 2011

Frio de ti



Tenho medo do nosso Inverno.
Do vento gelado que rasga o rosto, da chuva que se entranha no corpo débil,
toda a sensação de melancolia, de vazio.

Recordo, com nostalgia, o fogo que nasceu no Verão, ardeu intenso no Outono ameno e que, a qualquer momento, sem percebermos, pode-se extinguir no frio do Inverno.

Tenho medo do nosso Inverno.
De perder o calor do nosso encontro, dos corpos despidos de segredos entregues na areia à beira-mar. Tenho medo de me perder de ti, de te perderes de mim. E na distância, vivermos sufocados por tudo o que poderia ter sido e não foi.

Não sei se por nasceres em mim no Verão, me incendeias. Como uma chama que arde de mansinho no meu peito, alimentada pelo calor das palavras com que me vicias e confortas. Entre nós há uma fogueira acesa hipnotizante. Soltam-se labaredas perigosas quando me envolves num beijo e atiças em loucura tudo o que não vivi. Acho que é isso: aqueces-me.
Tenho frio de ti.


4 comentários:

Cláudio disse...

Os Invernos são frios, mas há neles uma certeza, antecedem sempre a Primavera ;)

sgar disse...

Aiiiii Cláudio! Agora deixaste-me outro problema "como será a nossa primavera?" ou "tenho medo da nossa primavera"... Alergias do pólen brrr =D tens de boicotar as minhas teorias existenciais??!!! Kidding! Bjs e depois digo-te como será a primavera :)

Viajante disse...

Gostei deste frio quentinho:)
É um frio arrepiante.

sgar disse...

Oi :) pois há frios assim, estranhamente agradáveis, paradoxalmente quentes e arrepiantes! Beijos