28 fevereiro, 2012

Provar




Quero provar.
Como o sabor novo de um gelado, uma fruta desconhecida sumarenta ou uma bebida alcoólica clandestina.
Quero provar.
Saber se é doce, ou salgado, refrescante, viciante, se tem o aroma da canela ou o travo a hortelã.
Quero provar.
A textura, a forma, o calor, a intensidade.
Não digas absolutamente nada. Não perguntes, eu não respondo. Quero provar-te mudo.
Venda-me os olhos, segura-me os braços.
No imprevisível do momento na ausência de porquês.
Prova-me, apenas, lentamente.


«ESTA vez dejadme
ser feliz,
nada ha pasado a nadie,
no estoy en parte alguna,
sucede solamente
que soy feliz
por los cuatro costados
del corazón, andando,
durmiendo o escribiendo.
(...)
Hoy dejadme
a mí solo
ser feliz,
con todos o sin todos,
ser feliz
con el pasto
y la arena,
ser feliz
con el aire y la tierra,
ser feliz,
contigo, con tu boca,
ser feliz.»
Pablo Neruda

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