20 março, 2012

Reinvento-me

A cada dia acordo espantada, num misto de surpresa e desilusão. Do lugar despido onde estava, onde nada via ou sentia, para um zumbido de formas e cores assustador.
Sacode-me o corpo, para que recupere a consciência, rasga-me os olhos a luz para a realidade.
O dia? A vida? A memória de mim?
E a cada dia levanto-me arrepiada, confusa, esquecida, anestesiada.
Uma voz sussurra da cama o meu nome, reconheço aos poucos o que fui. Não sei ao certo, na nudez em que me encontro desamparada, o que ainda restou de mim.
O sol rompe no quarto, aquece-me as costas despidas. Olho, por segundos invisíveis, o tempo à minha volta, no recorte do meu quarto, na forma da minha cama, no desenho do meu rosto na almofada.
Encontro-me a cada manhã, entre a ignorância cega do cansaço, num sorriso firme, decidido, reflectido no vidro da janela.
Levanto-me. Vou reaprendendo tudo de novo a cada passo, respiro fundo e reinvento-me.

(quero uma almofada assim!)

4 comentários:

T. disse...

reinventa reinventa que nós gostamos ;)

beijo

S.o.l. disse...

Pronto... na falta de uma almofada assim, eu digo-te:

- Closet, you look nice today!!!

Kiss :)

sgar disse...

T. pois mesmo tem mesmo de ser assim, uma reinvenção crónica! Beijo

sgar disse...

Sol, Obrigada :)
Kiss!